quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fundação Verde Herbert Daniel promove debate sobre cidades sustentáveis


O mediador Marcelo Silva, presidente do Conselho Curador, enfatizou as propostas que o Partido Verde defende no seu Programa Verde Urbano.
Os debatedores, por suas experiências e convicções, na noite de quinta-feira (04/08), em Brasília, durante o debate promovido pela Fundação, para revista Pensar Verde, chegaram a conclusão que cidades sustentáveis são possíveis. Mas para que elas aconteçam é necessário primeiro mitigar os efeitos das ações danosas acumuladas ao longo de décadas pela concepção rodoviarista que transformou as cidades no paraíso dos prédios e dos automóveis, isolando as pessoas em guetos e destruindo os recursos naturais como áreas verdes, várzeas, córregos, rios, bacias hidrográficas.
Ao longo de quatro horas e com a audiência de mais de 600 internautas, além do público presente composto de dirigentes partidários, prefeitos, técnicos em urbanismo, meio ambiente e militantes verdes, Eduardo Jorge, Eduardo Brandão, Francisco Frederico, André Pasqualini e a professora Simone Souza, mediados pelo ex-prefeito de Maranguape e presidente do Conselho Curador da Herbert Daniel, Marcelo Silva, mostraram desafios a enfrentar e ideias para tornar nossas cidades, onde vivem mais de 80% da população brasileira, em lugares humanos, dignos e em harmonia com o meio ambiente.

O debate foi aberto pelo presidente Luiz Penna e pelo líder da bancada federal do PV Sarney Filho. Penna alertou para o perigo que significa isolar os centros das cidades e transferir os pobres para as periferias, sem infraestrutura e carentes de serviços básicos.

Eduardo Jorge, secretário do verde e do meio ambiente de São Paulo, apresentou o programa que a secretaria está implementando no maior centro urbano do país para mitigar os efeitos da poluição, principalmente combatendo os gases de efeito estufa, um dos responsáveis pelo aquecimento do planeta.

A inspeção veicular é um programa com objetivo de reduzir as emissões paulistas. Jorge informou que a Secretaria já inspecionou mais de três milhões de veículos de uma frota de quatro milhões e setecentos mil carros. A inspeção obriga os proprietários regularem seus carros, evitando o excesso de emissões. Eduardo revelou que uma moto corresponde, em emissões, a cinco carros e que a inspeção veicular já realizada fez um efeito correspondente a retirar de circulação um milhão de veículos.

Eduardo Brandão deteve-se a descrever os problemas da capital federal e os planos que começam a ser implantados no Distrito Federal. O alvo inicial da secretaria do meio ambiente e recursos hídricos é acbar com o lixão de Brasília implantando um aterro sanitário dentro dos padrões ambientalmente aceitos.

Licitação Verde e a educação ambiental feitas a partir de ação parlamentar na Câmara Municipal de Jaú, são as experiências que nos traz o vereador e advogado Francisco Frederico, uma dos debatedores da noite.

André Pasqualini, dirigente de movimentos que defendem bandeiras da mobilidade urbana, além de falar sobre o ciclismo, descreveu outras modalidades de transportes que podem ser implementadas em contraposição ao transporte unipessoal.

A doutora em meio ambiente e especialista em saneamento pela Universidade Federal de Pernambuco, Simone Souza, instigou o debate, e ainda contribuiu com seus conhecimentos, mostrando o que é possível fazer com o reuso de águas servidas. A professora indicou, por exemplo, que o xixi, por causa da quantidade de amônia existente na sua composição, pode ser aproveitado como fertilizante.

O mediador Marcelo Silva deu ênfase, através de uma apresentação em slides, para as propostas que o Partido Verde defende no seu Programa Verde Urbano.

Depois das manifestações dos membros da mesa de debates foi a vez da plenária e dos internautas endereçarem questionamentos, dos quais destaca-se os seguinte: a secretária de assuntos jurídicos do PV, Vera Mota, provocou os debatedores com a tese do contrato natural que considera o meio ambiente sujeito de direito. Cláudio Cordeiro, vice-presidente do PV de Abaetetuba, Pará, quis saber o que deve fazer uma cidade para ser considerada sustentável. O dirigente do PV do Rio de Janeiro, Roberto Rocco, aproveitou para sugerir que a Fundação crie um banco de dados de legislação e experiências ambientalmente corretas. Também tivemos a manifestação do conselheiro nacional do PV e ex-deputado Edson Duarte.

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