sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Seminário Internacional Fontes Renováveis de Energia


seminário - foto Eduardo Oliveira

A Câmara dos Deputados recebeu nesta quarta o seminário internacional “Fontes Renováveis de Energia”. Foram debatidas questões como a inserção das fontes renováveis nas políticas energéticas, as barreiras regulatórias e técnicas para ampliação da geração descentralizada de energia elétrica, a pesquisa e o desenvolvimento no campo das energias renováveis no Brasil, além do financiamento de fontes de energia alternativas.

Dirk Assmann, diretor do programa de energia da Giz, Empresa de Cooperação Técnica Alemã no Brasil, afirmou que “em termos de energia renovável, o Brasil é mais avançado que a Alemanha”. “Só fomos começar a nos preocupar com isso nos anos 90, quando foi criada a lei das energias renováveis da Alemanha, que virou referência para muitas leis desse tipo”, completou. Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil é um exemplo para o mundo, já que 87,2 % da energia produzida aqui vem de fontes renováveis, enquanto em âmbito global este número é de apenas 18,7%. Isso se deve ao fato de a matriz energética predominante no Brasil ser a hidrelétrica, enquanto no resto do mundo o carvão é a matriz mais utilizada. Mas apesar de ser limpa e renovável, a hidrelétrica causa impactos ambientais na região onde é instalada, portanto é preciso pensar em alternativas para geração de energia. Para Tolmasquim, a energia eólica é a ideal para complementar a hidrelétrica. “Há uma complementação entre essas matrizes, porque os ventos sopram mais forte quando as águas estão fracas”, afirmou. Segundo o pesquisador, o potencial eólico do Brasil é de 143 GW, equivalente a 10 itaipus. “Esse estudo considera aerogeradores de 50 metros de altura, e hoje se usam de 100 metros. Ou seja, esse número pode até dobrar”. Por enquanto, o Brasil tem apenas 1 GW instalado, mas com os últimos leilões iremos para 7 GW até 2014.

Dirk Assmann defendeu a energia solar como alternativa. “Muitas vezes a gente pensa que a usina fotovoltaica tem pouco rendimento, e isso é errado. Ela é mais cara, mas tem um potencial enorme. Itaipu gera 90 MW/h. Se fosse instalada energia fotovoltaica em uma área do tamanho de Itaipu, seriam gerados 183 MW/h”, afirmou. A preocupação de Adriano Moehlecke, professor do núcleo de Tecnologia em Energia Solar da PUC/RS, é que, caso desenvolva um projeto de energia solar, o Brasil parta para a importação de módulos fotovoltaicos, em vez de comprar a tecnologia nacional. “Fico até irritado com essa coisa de transferência de tecnologia. O Brasil tem a tecnologia, já produziu a tecnologia, ela já está em nossas mãos”, argumentou.

Os convidados fizeram coro ao dizer que falta no Brasil um marco legal para estimular o desenvolvimento de energias alternativas, como aconteceu na Alemanha nos anos 90. É justamente este marco legal que o PL-2117/11, que o deputado Penna apresentou recentemente na Câmara, procura estabelecer. “O meu projeto cria instrumentos para que se efetive uma política arrojada em relação às energias alternativas”, explica Penna. “Um país tropical como o nosso tem que ter um plano arrojado de energia. A costa que temos é perfeita para um projeto grande de energia eólica. Então nós precisamos urgentemente acordar o país para isso”.

Fonte: www.deputadopenna.com.br

Proposto por Rosane Ferreira, seminário comemora os 10 anos do Estatuto da Cidade


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A deputada federal Rosane Ferreira (PV-PR) coordenou nesta terça-feira, 27, o Seminário ‘10 anos do Estatuto da Cidade: Avanços e Desafios - A Construção da Cidade Cidadã’. Aprovado em 2001, o Estatuto determinou que todos os municípios seriam obrigados a elaborarem seus planos diretores e a implantarem os mecanismos previstos como a participação popular, o zoneamento ecológico, a regularização fundiária e os planejamentos específicos para cada região.

“O Estatuto da Cidade funciona como uma caixa de ferramentas para uma política urbana local para a construção da ‘cidade que queremos’. O seminário discutiu os ganhos do Estatuto e como ampliar a sua eficiência”, afirma Rosane, que propôs o seminário junto com deputado João Filippi (PT-SP).

Foram convidados, entre outros, o diretor de Planejamento do Ministério das Cidades, Daniel Montandon; a diretora do Departamento de Gestão Ambiental Urbana da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Ana Lucia Ancona; o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Benny Schasberg; a professora de Gestão Ambiental da Universidade Federal de Pernambuco Simone Souza; o diretor-técnico da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Jeconias Rosendo Júnior; o prefeito de Diadema (SP) e vice-presidente para Assuntos de Consórcios Públicos da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Mário Wilson Reali; e o coordenador do Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU), Donizete de Oliveira Fernandes.

Fonte: www.rosane4343.com.br

Penna preside reunião com líderes partidários para discutir reforma política

reunião reforma política - foto eduardo oliveira

O deputado Penna presidiu nesta terça-feira uma reunião com os líderes partidários do PV, PCdoB, PPS, PDT e PSB, com o objetivo de buscar uma posição consensual destes partidos sobre a proposta de reforma política em análise na Câmara. “Esta reunião é para ouvir o que pensam os partidos do nosso porte”, declarou o deputado ao abrir a reunião. A ideia é unir as forças dos partidos para apresentar uma contraproposta ao relatório. “Se a gente conseguir chegar a um consenso, mesmo que mantenha algumas coisas diferentes, a gente pode colaborar definitivamente, o que é mais difícil se cada um de nós tomar uma posição isolada”.

Penna defendeu que a reforma política deve incluir uma distribuição mais justa do horário eleitoral gratuito na televisão e rádio. Para o deputado, o tempo de TV nas campanhas para cargos regionais deveria ser proporcional ao número de deputados eleitos naquele estado, ao invés de ser proporcional aos deputados no país todo. “As vezes um partido é pequeno em certos estados mas tem um tempo enorme de TV. Isso sugere inclusive corrupção, porque esses horários acabam sendo comprados. Eu acho que a gente não tem como enfrentar o tempo nacional, mas se a gente tiver 50% nacional e 50% regionalizado criamos um parâmetro mais justo”, afirmou Penna, obtendo apoio de todos os líderes presentes.

Outro ponto em comum entre os partidos foi a concordância com o financiamento público de campanha proposto pelo relator Henrique Fontana. Os deputados também foram unânimes em concordar com o relator quanto à realização de eleições municipais e nacionais no mesmo ano, mas em datas separadas. As municipais seriam cerca de três meses antes da nacional. Pela proposta de Fontana, os prefeitos eleitos em 2016 teriam mandato de seis anos e só em 2022 as eleições coincidiriam pela primeira vez.


Os deputados também concordaram com sugestões de Miro Teixeira (PDT-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP). Teixeira propôs a realização de um plebiscito para que a decisão sobre a reforma política venha do povo. “Nós somos representantes, e é o representado que tem o direito de dizer como quer eleger o seu representante“, afirmou. A participação popular também foi o centro da preocupação da deputada Erundina, que sugeriu que a reforma política inclua a criação de mecanismos de participação popular nas decisões políticas.

O relator Henrique Fontana esteve presente na reunião e elogiou na iniciativa dos partidos. “Nós estamos conseguindo vencer aquele ceticismo de que a reforma política não ia sair do lugar. O ambiente desta reunião mostra que nós estamos buscando uma negociação, saindo desta sensação de paralisia, e o meu papel como relator é procurar o máximo ponto de equilíbrio. Quero discutir com calma, não temos pressa, ninguém tem que tirar o pai da forca. Estou feliz que estamos conseguindo compor uma maioria”, disse o relator.

 

Fonte: www.deputadopenna.com.br

Penna participa de audiência pública sobre Educação Ambiental

penna - educação ambiental

Penna participou na tarde desta terça-feira de uma audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir os desafios, problemas e dificuldades enfrentados pela educação ambiental. “A educação ambiental deve ser adquirida pelas crianças do mesmo jeito que acontece a aquisição de linguagem, que é feita quase mecanicamente e de forma permanente”, apontou o palestrante João Ricardo Moderno, professor doutor da UERJ. “É uma coisa industrial do começo do século XX a ideia de que o poder do homem sobre a natureza é inesgotável, inexaurível. A educação ambiental deve mostrar não só na finitude da vida, mas também na finitude dos recursos naturais”, afirmou.

“Nós temos que reavaliar esse tempo industrioso, industrial horroroso. A eficiência não passa por estragar o planeta, por detonar nossos recursos”, afirmou o deputado Penna. “Eu fico feliz quando esse debate chega à academia. Sem o conhecimento a gente não vai conseguir andar. Nós estamos vivendo um momento de transição muito profunda, e mudar uma cultura arraigada é a coisa mais difícil. Precisamos buscar bandeiras, símbolos, para empreendermos a transformação necessária”, argumentou.

Para Nilo Sérgio de Melo Diniz, diretor do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, faltam recursos para serem investidos em educação ambiental. Na lei 9.795, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, foi vetado o artigo que previa que 20% dos recursos acumulados em multas ambientais seriam destinados à educação ambiental. “A limitação de recursos técnicos e financeiros impede que a educação ambiental ganhe escala nacional, com ações continuadas, repercussão local e formação de multiplicadores”, queixou-se.

Helena Rocha Barbosa, consultora da Coordenação-Geral de Educação Ambiental/SECADI do Ministério da Educação, acredita que“o desafio é incluir educação ambiental no currículo pedagógico das 196.702 escolas no Brasil”. “Existe uma discussão que educação ambiental deva ser uma disciplina no ensino fundamental, e nós explicamos que a educação ambiental transversaliza todas as disciplinas. Temos de pensar no currículo como um todo, não de forma fragmentada, onde as disciplinas não dialogam, onde há tempos pré-determinados”.

Nelson Mello de Souza, Professor Doutor e Presidente do Centro de Altos Estudos em Sustentabilidade da ABF – Academia Brasileira de Filosofia, concordou com o aspecto transdisciplinar do tema. “Se chamarmos um jurista pra compor um currículo sai de um jeito, se chamarmos um geólogo sai de outro, se chamarmos sociólogos modernos sai de outro. Esse lugar de diálogo é que precisa primeiro ser esclarecido para que se possa compor uma agenda de educação ambiental que faça algum sentido”, argumentou o estudioso. “O dilema da equação ambiental é encontrar um ponto de equilíbrio entre as diversas ciências para buscar a transdisciplinaridade e a compreensão do fenômeno para daí, com o diagnósticos certos, sairmos para a terapia correta”, concluiu.

Fonte: www.deputadopenna.com.br

Comissão de Meio Ambiente – 28/9

penna - comissão 28-9

O deputado Penna participou na manhã desta quarta de reunião deliberativa da Comissão de Meio Ambiente. Penna subscreveu o requerimento 86/2011, do deputado Ricardo Tripoli, que requer o envio de requerimento de informação à Ministra do Meio Ambiente sobre cavidades espeleológicas no município de Caetité (BA). “Aproveitando a oportunidade, quero lembrar que nós entramos com um pedido de comissão externa para dar uma olhada na contaminação dos lençóis freáticos em Caetité devido à mina de urânio”, lembrou Penna. “Há um tempo estamos pedindo esta comissão para que se faça uma medição de que grau de contaminação nós temos neste lençol freático”, cobrou o deputado. O requerimento foi aprovado.

Também foi discutido o requerimento 89/2011, de Giovani Cherini, que requer a realização de audiência pública para discussão sobre a proibição do uso do amianto em todo o país. Penna requisitou a inclusão de mais três expositores na audiência: a Dra. Fernanda Giannassi, auditora fiscal do Ministério do trabalho , que tem várias ações com relação ao amianto e é reconhecida internacionalmente como especialista no tema; o Dr. René Mendes, ex-professor Titular de Medicina Preventiva e Social da Universidade Federal de Minas Gerais, ex-presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho ANAMT e membro do Conselho de Administração (Board) da Comissão Internacional de Saúde no Trabalho ICOH; e um representante do Ministério do Meio Ambiente. O requerimento foi aprovado.

Outros quatro requerimentos foram aprovados:
 
- REQ 83/2011, de Augusto Carvalho, que requer a realização de seminário para debater a situação do saneamento básico no Distrito Federal;
 
- REQ 88/2011, da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que requer a participação de servidores da Comissão no acompanhamento do Projeto Sustentar XXI e outros eventos que possam ocorrer fora do edifício sede desta Casa Legislativa;
 
- REQ 90/2011, de Leonardo Monteiro, que requer audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir o Projeto de Lei 516/2007, que dispõe sobre a obrigatoriedade de as emissoras de rádio e televisão veicularem campanha institucional de educação e preservação ambiental;
 
- REQ 92/2011, de Giovani Cherini, que requer a realização de Audiência Pública para ouvir a Exma. Sra Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira. A audiência foi marcada para 9 de novembro.

Fonte: www.deputadopenna.com.br

Penna participa do IDH – Congresso Brasileiro de Desenvolvimento Humano


IDH - fotos eduardo oliveira 1
O deputado Penna presidiu nesta quarta-feira (28) uma das mesas de debate do IDH – Congresso Brasileiro de Desenvolvimento Humano, realizado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados, com o tema “Saneamento Básico e a dignidade da pessoa Humana”. Participaram da mesa Leodegar Tiscoski, Secretário Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Henrique Pires, Diretor de Saneamento Ambiental da Funasa, e Gladimir Chiele, diretor da CDP – Consultoria em Direito Público.

“Na cidade de São Paulo, 60% das internações hospitalares vêm da falta de saneamento básico. É um índice de civilidade completamente insuportável. E eu estou falando da capital de São Paulo”, exclamou Penna na abertura do debate. “Eu tenho uma preocupação especial com um fenômeno que tem ocorrido nas cidades brasileiras que é justamente o esgarçamento. Tenho uma preocupação grande com isso, todas as cidades estão se espalhando muito”, alertou.

Penna apontou que uma solução possível é criar uma política de adensar os centros onde já existe saneamento. “São Paulo tem cerca de 400 mil imóveis vazios. Cabe uma Porto Alegre dentro. Enquanto isso os menos favorecidos são jogados sobre as áreas de mananciais”, apontou. O deputado defendeu que a solução do problema passa pela conscientização da sociedade para a importância do saneamento básico. “A sociedade precisa ter um esclarecimento e começar a promover politicamente uma gestão para ajudar os projetos”, afirmou.

O deputado lembrou que quando a sociedade brasileira é estimulada costuma reagir bem a esse tipo de campanha. “Eu acho que a gente precisa acreditar mais que a sociedade pode se envolver. Lembram-se do apagão? O racionamento fez cair drasticamente o consumo de energia”, recordou. E concluiu: “Nós precisamos mobilizar a sociedade neste esforço de refazer ou criar o saneamento básico. Eu acho que falta não conhecimento técnico, mas uma grande campanha nacional”.

Fonte: www.deputadopenna.com.br

PV defende ações concretas contra desertificação

Da Liderança do Partido Verde na Câmara dos Deputados:

O líder da bancada do Partido Verde na Câmara dos Deputados, Dep. Fed. Sarney Filho (MA), conclamou os países presentes na III Conferência Internacional do Clima, Sustentabilidade e Desertificação em regiões Semiáridas, que está sendo realizada em Mendonza, Argentina, a promoverem um profundo debate sobre a degradação ambiental e o empobrecimento das populações que vivem em Terras Secas no mundo.

“O mundo não pode continuar tolerando a fome. Neste momento, dez milhões de pessoas lutam pela sobrevivência na Somália, na Etiópia e no Quênia, um problema recorrente que assola o Chifre da África. Não podemos continuar justificando com a falta de chuvas, essa e outras tantas tragédias que afetam as terras secas. A seca e a fome não podem continuar sendo tratadas como fatalidades”, enfatizou Sarney filho, que é também coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista.

“Minha proposta é que sejam realizados eventos especiais durante o período da Rio+20, para discutir os temas de interesse das Terras Secas, especialmente as recomendações derivadas da ICID+18 e aquelas que forem geradas neste encontro em Mendoza”, defendeu o líder.

O parlamentar reforçou em sua palestra que tragédias da seca que atingem vários países, podem ser combatidas com medidas mitigadoras e adaptativas que tirem proveito das condições ecológicas da região para promover o seu desenvolvimento. “Torna-se necessário a promoção de mecanismos para a transferência de recursos e de tecnologias para o desenvolvimento sustentável dessas regiões; e o estabelecimento de programas e metas específicas para frear a degradação de terras e os processos de desertificação”, exemplificou Sarney Filho.

Com a proximidade da Conferência Mundial do Meio Ambiente, marcada para junho de 2012 no Rio de Janeiro, que terá como foco a erradicação da pobreza e a promoção da economia verde, Sarney Filho defendeu que a erradicação da pobreza nas áreas secas e sua inclusão no desenvolvimento com sustentabilidade dependem do reconhecimento do potencial de crescimento dessas regiões.

“No lugar das ações tradicionais de combate à seca, é preciso adaptar-se e tirar proveito dela. As áreas secas apresentam enorme potencial para o aproveitamento de energia solar e eólica, o que representa uma janela para o seu desenvolvimento econômico”, citou como exemplo. Eles destacou a biodiversidade ímpar nessas regiões, cuja capacidade de adaptação a condições climáticas e hidrológicas extremas pode ser utilizada para a produção agrícola, por meio das biotecnologias.

Fonte: www.pv.org.br

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Gabeira: As vozes que não se calam

Artigo de Fernando Gabeira:

Ilustração: Cadu Tavares

Dados na mesa: a corrupção desviou R$ 40 bilhões em sete anos, R$ 6 82 milhões no Ministério dos Transportes; o Brasil caiu 20 posições no ranking da infraestrutura, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial – deixou o 84.º lugar para ocupar o 104.º. Mesmo sem precisar o seu peso, é inegável que a corrupção desempenhou um papel nessa queda. Apenas isso seria suficiente para justificar a presença da luta contra o desvio de verbas públicas no topo da agenda nacional.

O argumento da coalizão para conviver com esses fatos é o da governabilidade. É o discurso dos dirigentes mais politizados. No espaço virtual, onde as emoções estão mais à flor da tela, não são raras as tentativas de desqualificar a aspiração de grande parte da sociedade brasileira, revelada, parcialmente, nas demonstrações do 7 de Setembro. A mais banal dessas tentativas é aprisionar o movimento dentro dos códigos do século passado, dominado pela guerra fria. Esquerda e direita, naquele contexto, eram os polos da principal clivagem. O movimento é de direita, dizem, logo, representa um atraso.

As pessoas que saíram às ruas talvez não se sintam nem de direita nem de esquerda, apenas defendem seus direitos e sonhos frustrados pela corrupção. Num outro plano, há os que até entendem a disposição para a luta. Lamentam apenas ver a energia dispersa num tema secundário. Chegam até a sugerir um outro foco: a sonegação de impostos, dizem, mobiliza bilhões de reais. Outra forma clássica de argumentar, que atravessou o século 20: a contradição principal é entre burguesia e proletariado; outras lutas, ainda que bem-intencionadas, podem levar à dispersão.

A presidente Dilma Rousseff, quando indagada sobre corrupção, sempre enfatiza a luta contra a miséria, deixando bem claro seu objetivo principal. O que falta na sua resposta é uma articulação entre corrupção e miséria, a aceitação da evidência avassaladora de que a corrupção contribui para agravar a miséria no País.

Uma vez aceita essa evidência, seria possível passar para outra etapa da discussão. Isto é, discutir o argumento de que a governabilidade permite ganhar um espaço na luta contra a pobreza muito superior ao espaço que se perde com a corrupção. É o famoso “preço a pagar”. Em nome da própria luta contra a miséria, é legítimo perguntar: será que o Brasil precisa mesmo pagar esse preço? Numa democracia transparente, além do custeio da máquina, é necessário um pedágio para que ela seja possa funcionar?

Tudo indica que o modelo de presidencialismo de coalizão, com o rateio de cargos entre os partidos, está esgotado. O amadurecimento da democracia vai impor novos rumos. No momento é difícil convencer disso os vencedores, que projetam novas vitórias eleitorais, seguindo a máxima esportiva de que em time que está ganhando não se mexe. Os argumentos contra a corrupção não se limitam ao dinheiro perdido. No plano simbólico, a devastação é maior ainda. Milhares de pessoas se afastaram da política e a imagem internacional do Brasil sofre.

Recentemente, o WikiLeaks revelou uma correspondência do embaixador dos EUA, Thomas Shannon, afirmando que a corrupção no governo passado era generalizada. É razoável perguntar: será que isso foi só a percepção do embaixador americano ou é a de todo o corpo diplomático?

As perspectivas tornaram-se mais interessantes agora, com a aparição de um movimento espontâneo e apartidário. As demonstrações de jovens buscando mais democracia, no período eleitoral, representou uma combinação singular na Espanha: a contestação ofuscou o discurso dos políticos. Os que gastam energia para reduzir a importância da luta contra a corrupção devem lembrar que, mesmo se fosse varrida dessa conjuntura, ela apareceria, com força, pouco mais adiante.

A preparação da Copa de 2014, necessariamente, recoloca o tema. Faltam dados sobre os gastos e algumas estimativas os elevam a R$ 120 bilhões. A reforma do Maracanã, por exemplo, tem hoje previsão de gastos de mais de R$ 900 milhões, apesar dos cortes do TCU. Ela é sintomática. A previsão inicial era de R$ 600 milhões. A empresa responsável é a Delta, cujo dono é amigo do governador Sérgio Cabral. Uma obra da Delta no aeroporto de Guarulhos chegou a ser interditada esta semana pela Justiça Federal.

Mesmo esquecendo momentaneamente a Copa, cujo processo ainda se vai desenrolar, é inegável que a corrupção influiu na resistência contra a recriação da CPMF. Segundo o TCU, é na saúde que se registra um terço do desvio de verbas no País. Ninguém tinha esses dados, mas quase todos desconfiavam.
Por mais que a corrupção seja jogada para a margem, como um problema corriqueiro, ela reaparece na agenda nacional, confirmando a frase de Guimarães Rosa: quem muito evita, acaba convivendo. Talvez fosse mais fácil se os partidos políticos, com uma visão de futuro, dessem uma resposta a uma agenda que não desaparece da cena. Os fatos no Congresso, principalmente a absolvição, por voto secreto, da deputada Jaqueline Roriz, indicam que a maioria dos políticos continuará com a cabeça enterrada na areia.

Nesse cenário, não pode ouvir o movimento perguntando: há alguém aí? O nível de desemprego é menor aqui do que o registrado na juventude espanhola. Em compensação, lá os políticos não viram as costas à sociedade tão audaciosamente como no Brasil.
Algo começou com as manifestações de 7 de Setembro. Como em todos os pontos do globo, elas lançaram mão da internet, instrumento sobre o qual não há controle numa democracia. Por outro lado, as tentativas de controle político dos meios de comunicação tradicionais tendem ao isolamento. É preciso acreditar muito nos aliados para supor que possam erguer a bandeira da censura num ano eleitoral.

Dificilmente o Brasil aceitará pagar pedágio para que o governo faça a máquina funcionar. Ela já é pouco racional. Com os danos da corrupção, torna-se um obstáculo para um salto maior. O Brasil cresceu, os horizontes políticos encolheram. O sopro das ruas pode trazer a inspiração que faltava.

 Fonte: www.pv.org.br

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sergipe: PV terá candidato à Prefeitura de Aracaju


O Partido Verde informou na manhã desta setxa-feira, 9, que terá candidato sim, mas um candidato que tenha como princípios a ideologia verde. De acordo com o vice-Presidente da Executiva Estadual do Partido Verde, Antônio Leite, “nós que militamos de verdade no PV sabemos da necessidade que o partido tem de ter um candidato com tais características”, diz.

De acordo com ele, “o PV terá candidato sim a Prefeito de Aracaju, claro que alguém da militância do partido”. Entre os possíveis pré-candidatos à sucessão do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB), nomes históricos como Reinaldo Nunes, Caser ou até mesmo Antonio Leite que, como candidato a senador na ultima eleição, obteve quase 18 mil votos na capital.

Esta é a tendência do Partido Verde que vai às ruas neste sábado, calçadão da João Pessoa em frente ao antigo Cine Palace, dar continuidade a sua campanha de filiação. “Essas e outras ações é que torna o Partido Verde uma sigla independente”, entende Antônio Leite.

Resolução da Executiva Nacional


RESOLUÇÃO 01/2011

A Comissão Executiva Nacional do Partido Verde reunida nos dias 26 e 27 de agosto de 2011 no Distrito Federal, por unanimidade resolve:

1 – Devem, as direções estaduais e municipais, montar e executar, em caráter urgente, plano de ação para filiação do maior número possível de pessoas, sempre respeitando as orientações programáticas e estatutárias, com o objetivo de potencializar candidaturas próprias, especialmente, nas capitais e grandes cidades, priorizando aquelas que são geradoras de programa eleitoral.

2 – A não alimentação dos dados e informações do Sistema de Gestão Partidária, no prazo de três meses a contar da data desta Resolução, implicará no seu imediato cancelamento, assim como pelo mesmo motivo, a comissão não será renovada.

3 – A cada três meses de inadimplência das comissões municipais para com a estadual, implicará no cancelamento automático da comissão provisória municipal.

4 – Como orientação da Executiva Nacional, quando da constituição ou renovação de comissões provisórias, não será permitida que a legenda seja usada para atender, exclusivamente, a interesses pessoais ou de outros partidos.

5 – Também, por orientação, fica definido como critério para manutenção de comissões municipais provisórias, o percentual, mínimo, de 3% dos votos válidos do município para candidaturas do partido

Distrito Federal, 27 de agosto de 2011.
 
Comissão Executiva Nacional do Partido Verde

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PV Crateús promove festa para saudar novos filiados


A direção estadual do PV foi representada por Jorge Macedo, que levou a mensagem do presidente Marcelo Silva garantindo apoio integral aos verdes de Crateús.
O Partido Verde de Crateús promoveu no último dia 10 de setembro bonita festa para comemorar a filiação de vários militantes, entre eles o ex-vereador João Coelho Soriano, popular Massaroca e mais de dez pré-candidatos a vereador. Mais de 300 pessoas lotaram as depedências do Clube Sargento Hermínio, tradicional local dos grandes acontecimentos da Cidade.

Diversas lideranças políticas da cidade prestigiaram o evento, marcado, na fala dos presentes, pelos protestos à administração atual. Vários deles defenderam uma futura candidatura de Massaroca, para representar a oposição na briga pelo comando da cidade. "Por que não o Massaroca para unir as oposições e ser o nosso candidato a prefeito?", defendeu Alexandre Maia, presidente do PSOL. O pensamento foi endossado em muitas outras falas.

João Aleixo, presidente do PV, agradeceu a presença e a confiança das pessoas de vários bairros e localidades do interior que marcaram presença. Afirmou que era um momento 
especial para o partido, que mostra crescimento e adesão cada vez maior dos crateuenses.

Massaroca discursou ao final, causando entusiasmo e arrancando muitos aplausos da plateia. Emocionado disse que está à disposição do povo de Crateús, e se for a vontade da gente do município está pronto para administar a cidade. "Se eu for o próximo prefeito gastarei o último centavo do município mas não deixarei um crateuense morrer à míngua como estamos vendoacontecer", afirmou, dando pistas do mote da campanha do PV no próximo ano.

A direção estadual do PV foi representada por Jorge Macedo, que levou a mensagem do presidente Marcelo Silva garantindo apoio integral aos verdes de Crateús.

Professor Expedito Parente: vai o homem ficam os sonhos!


Filiado ao Partido Verde, professor da UFC e criador do biodiesel; um homem antenado com a tecnologia voltada para o desenvolvimento que respeitasse a ecologia e elevasse a vida humana.
O Partido Verde do Ceará lamenta profundamente a partida de um dos homens que mais contribuiram mundialmente com o planeta, ao inventar o biodíseo, hoje unanimidade em todo o mundo como uma das tecnologias que podem diminuir os impactos do efeito estufa ao planeta.

conheça um pouco da história do grande homem, que nos deixa saudade e a honra de ter compartihado da sua convivência e inteligência rara, que nos últimos anos colocou a serviço do Partido Verde.



Expedito Parente: "Eu vi a molécula!"

No fim de 1977, o engenheiro químico Expedito Parente, então com 37 anos, estava em seu sítio a 100 quilômetros ao sul de Fortaleza. Sob a sombra de um ingazeiro, bebericava uma cachaça quando teve uma idéia: extrair óleo de sementes, misturá-lo com álcool e, após algumas reações químicas, obter um combustível – que viria a se chamar biodiesel. "Eu vi a molécula!", relembra ele, bem-humorado. Expedito Parente era professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). Em apenas uma semana de trabalho no laboratório, sua idéia já fazia funcionar um motor com óleo extraído da semente do algodão. Acabara de inventar um combustível vegetal, não poluente – justamente quando o mundo tentava se adaptar aos efeitos devastadores do choque do petróleo. "As reações químicas que permitiam obter um combustível vegetal já estavam teoricamente descritas na literatura havia cinqüenta anos. O que fiz foi aplicá-las", explica o professor, que registrou a patente do seu invento três anos depois – mas só agora, trinta anos mais tarde, começa a ver sua idéia se popularizar como uma solução para os problemas energéticos e ambientais do planeta. "Demorou para deslanchar, mas eu sou paciente e não desisti do meu sonho", diz ele, no escritório da sua empresa, a Tecbio, instalada no centro de Fortaleza.

Nos últimos trinta anos, o engenheiro químico viu altos e baixos de sua invenção. Logo que patenteou seu invento, o governo se interessou pelo novo combustível, que então se chamava "pró-diesel". Em pleno regime militar, as autoridades propuseram ao engenheiro químico que desenvolvesse sigilosamente um bioquerosene para abastecer os aviões da Força Aérea Brasileira. Nos primeiros quatro anos da década de 80, o inventor dedicou-se ao projeto militar. Em 24 de outubro de 1984, conseguiu fazer com que um Bandeirante voasse de São José dos Campos para Brasília com bioquerosene. No aeroporto, chegou a ser recebido pelo então presidente João Figueiredo, num sinal do interesse do governo pelo projeto. Mas, depois disso, surpreendentemente, o governo abandonou a idéia. Sem apoio oficial, Expedito Parente não teve muito que fazer, além de palestras, e sua invenção não chegou a ter viabilidade comercial. Como prevê a lei, em 1990 a patente do biodiesel expirou e a tecnologia tornou-se de domínio público. Em 1994, o professor aposentou-se e, sete anos depois, montou a Tecbio, que concebe e constrói usinas de biodiesel.

Agora, o governo voltou a se interessar pela invenção do professor. Ele passou a ser uma espécie de consultor informal para a área de biocombustíveis. Conquistou a confiança da ministra Dilma Rousseff, que, antes de ocupar a Casa Civil, era ministra das Minas e Energia. Em 2006, aproximou-se do presidente Lula, que freqüentemente o cita em seus discursos. No fim do ano passado, teve uma audiência de duas horas com Lula no Palácio do Planalto. O assunto, claro, era biodiesel. A última troca de gentileza entre os dois foi pública: ocorreu durante a inauguração de uma usina de biodiesel em Crateús, no interior do Ceará, em janeiro. No evento, Lula convidou o professor para falar sobre o combustível.

Aos 66 anos, casado pela segunda vez, pai de quatro filhos, um deles engenheiro deles engenheiro químico, Expedito Parente está finalmente ganhando dinheiro com sua invenção. No ano passado, a Tecbio, que tem sessenta funcionários, dos quais quarenta são engenheiros e economistas, faturou 18 milhões de reais. Tem clientes na Espanha, no Vietnã e nos Estados Unidos e já possui representantes em outros países da América do Sul, do Caribe e da África. Entre seus clientes está a Boeing, a maior fabricante de aviões comerciais do mundo. E o que Parente faz para a empresa americana? Desenvolve o bioquerosene, exatamente como tentou fazer para a FAB há trinta anos. O acordo é sigiloso e supervisionado pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. Sabe-se que os testes com o combustível já estão bastante avançados. Não será surpresa se, em algum momento, os aviões comerciais começarem a operar com combustível vegetal inventado pelo brasileiro. Ponto para os americanos. "Hoje ganho algum dinheiro, que não tenho tempo para gastar", diz o professor, em tom de brincadeira. Expedito Parente está feliz. Afinal, recebe por sua invenção, embora não diga quanto, e ainda tem o prazer de vê-la na vitrine das campanhas pela preservação do meio ambiente e como alternativa energética para um futuro próximo. Ele conta: "Em 2001, fiz um passeio com meu filho pelo interior da Alemanha e lá vi uma bomba de biodiesel num posto. Fiquei alegre de ver minha invenção difundida, mas frustrado porque aquilo não estava ocorrendo no Brasil. Agora, as coisas estão mudando. Tenho paciência. Sou um homem realizado".

Revista Veja, em 05/03/2007
 
Fonte: www.pvceara.org.br

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O primeiro discurso de Sirkis


A estreia do deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) na tribuna da Câmara dos Deputados
Verderpress DF


Sirkis - Discurso do Grande Expediente – 11/02/2011

O SR. PRESIDENTE (Domingos Neto) - Concedo a palavra ao Deputado Alfredo Sirkis, que disporá de 25 minutos na tribuna.

O SR. ALFREDO SIRKIS (Bloco/PV-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, assomo a esta tribuna, pela primeira vez, trazendo uma mensagem da nossa querida ex-Senadora Marina Silva, candidata à Presidência da República do Brasil, que teve performance notável: 20 milhões de votos, quase 20% do eleitorado brasileiro. Esse resultado dá ao Partido Verde, nesta Legislatura, uma legitimidade e um poder de influência que transcendem o número ainda limitado de sua bancada.

Posicionamo-nos, já na convenção, entre o primeiro e o segundo turno, de forma independente em relação ao dois candidatos presidenciais que permaneceram no segundo turno. A nossa postura em relação ao atual Governo, da Presidenta Dilma Rousseff, segue exatamente o mesmo caminho. É uma postura de independência, que exclui a oposição cega pela oposição e também exclui o adesismo. Não fazemos parte da base do Governo, não fazemos parte da Oposição. Nosso caminho é o da independência, balizado, inclusive, pelos compromissos que ambos os candidatos presidenciais ao segundo turno assumiram, quando tivemos, entre o primeiro e o segundo turno, oportunidade delevar a eles a nossa agenda verde. Ambos assumiram compromissos. A Presidenta Dilma assumiu compromissos, e esses compromissos serão aqui cobrados, desta tribuna, pela bancada do Partido Verde.

Quero abordar o tema da nossa primeira deliberação de bancada, ontem. Trata-se da questão do salário mínimo, que esta Casa deverá discutir com grande intensidade, tendo sobre si os olhares de todo o País, na próxima semana.

A postura da bancada do Partido Verde foi ouvir o movimento sindical, ouvir a posição do Governo. Tivemos oportunidade de ouvir o Ministro Luiz Sérgio e o Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda, que nos expôs as razões do Governo. Ouvimos também o nosso colega Deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, do PDT, que nos expôs o posicionamento das centrais sindicais. Os Deputados do Partido Verde, com a presença do nosso Senador, realizaram uma discussão aprofundada sobre o tema, e chegamos a algumas conclusões.

Em primeiro lugar, de fato entendemos que este é um ano de austeridade. Ano que, à semelhança de 2003, será marcado necessariamente por contenções nos gastos públicos. Isso por quê? Porque houve, no ano passado, em período eleitoral, enorme descontrole do gasto público. De fato, houve, por parte do Governo do então Presidente Lula, um jogo muito pesado. A máquina pública foi intensamente utilizada e houve muito gasto público, com o propósito de vencer as eleições. Essa situação, somada a um repique da inflação no Brasil, ainda não muito significativo, porém preocupante, e também a um processo inflacionário no âmbito internacional, sobretudo no que diz respeito a alimentos, corresponde a medidas de prudência.

Tradicionalmente o Governo brasileiro, nessas situações, eleva a taxa de juros, o que é um remédio muito amargo, mas necessário, que poderia ser compensado com uma política de austeridade maior em relação a gastos públicos.

No entanto, também entendemos absolutamente legítimo o pleito do movimento sindical. Na verdade, o Partido Verde, com a sua condição de independência, apresenta uma proposta alternativa que não são os 600 reais propostos pela Oposição, pelo PSDB, no caso, que nos parecem temerários do ponto de vista fiscal, nem os 545 reais propostos pelo Governo, que pensamos ser insuficientes.

Nossa proposta, que não mexe nas regras do jogo, que não altera em essência os critérios de reajuste que vêm vigorando nos últimos anos, é basicamente aquela que estásendo, neste momento, aceita pelas centrais sindicais e defendida pelo menos por outro partido nesta Casa, o PDT, 560 reais como antecipação. Ou seja, o que passar do critério vigente de reajuste seria deduzido de um aumento maior para o próximo ano. Estamos buscando um ponto de convergência que suscite amplo consenso nesta Casa e que faça com que nós, de fato, entremos em 2011 unidos em relação ao primeiro grande desafio do atual Governo, por um lado, e desta Legislatura, por outro. Essa é a proposta do Partido Verde.

O Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda afirmou, diante dessa proposta, que ela custaria à União aproximadamente 4,5 bilhões de reais, o que não nos impressiona tanto assim. Existem numerosas áreas de governo onde épossível compensar — de forma até muito compensadora — esse gasto a mais que teríamos.

A nosso ver, há necessidade de cortarmos subsídios, como, por exemplo, os da indústria automobilística. Não há razão alguma para que ela seja subsidiada.

Vimos, no auge da crise dos Estados Unidos, o Presidente Barack Obama salvar a indústria automobilística norte-americana, mas o fez impondo um critério daqui para frente: a produção de carros com alto nível de economia de energia — carros elétricos e carros híbridos. Toda uma mutação tecnológica foi incorporada a esses grandes subsídios. Aqui, não. No Brasil, o Governo subsidia qualquer coisa, subsidia a indústria automobilística, que representa matriz de transportes absolutamente em via de impasse. Nossas cidades estão cada vez mais engarrafadas, e o Governo continua subsidiando a indústria automobilística.

Mais ainda: existem no PAC obras questionáveis. O Partido Verde tem questionado o projeto de Belo Monte, que, pelas estimativas mais recentes, custaria quase 25 bilhões de reais. Esse projeto recebeu, de forma totalmente ilegal, uma insólita licença parcial, uma inovação da legislação ambiental brasileira, pois nunca antes na história deste País foi concedida licença parcial. Existem licenças de instalação e prévia, mas de licença parcial ninguém tinha ouvido falar, nunca. Pior, ela causa impacto ambiental gigantesco: 100 quilômetros de rio ficariam com sua vazão altamente comprometida. Sua performance, em termos energéticos, também é questionável.

Existe enorme diferença entre a época de cheias e as outras épocas. Certamente haverá, no futuro, consequências nefastas do processo de aquecimento global sobre a vazão desse rio. Hoje, não é mais possível fazer qualquer obra dessa envergadura sem levar em conta as consequências do aquecimento global. Então, esses 25 bilhões de reais poderiam ser muito mais bem gastos de outra forma, até mesmo com energias alternativas. Não vou entrar em detalhes, porque terei a oportunidade de voltar a esta tribuna para expor de forma mais detalhada meu pensamento a respeito disso.

Outra despesa que nos parece bastante questionável é a que se refere ao Trem de Alta Velocidade, apelidado de trem-bala. Existe uma série de estudos contraditórios a respeito. As avaliações de preço não parecem realistas. E o Governo quer agora mobilizar os Correios para que participem desse financiamento. Existem outras alternativas, inclusive no âmbito ferroviário, que parecem mais inteligentes e menos dispendiosas do ponto de vista dos gastos.

Ainda em termos de redução do gasto público e melhoria das contas, cito as operações que vêm sendo efetuadas pelo BNDES. No auge da crise, foi compreensível o tipo de operação em que o BNDES recebe dinheiro do Tesouro Nacional, que evidentemente determina o padrão de juro, e acaba emprestando a empresas a um juro muito inferior, provocando graves prejuízos ao Tesouro a médio e longo prazos.

Isso é compreensível em momentos de políticas anticíclicas, em momentos de recessão, em que se faz necessário injetar recursos na economia para que ela possa se recuperar. Contudo, o prosseguimento dessas práticas por parte do BNDES, fora do momento crítico em que se deram inicialmente, representa um grave prejuízo ao Tesouro Nacional. Então, não me digam que não há recursos para pagar 560 reais de salário mínimo.

Quanto a outras obras do PAC, vale citar a BR-319, uma via de destruição da Floresta Amazônica.

Finalmente, o âmbito do custeio. Existe um campo importante de corte nos cargos comissionados de livre provimento. O Governo estabeleceu aumento em mais de 100%. Existe um inchaço da máquina pública no tocante justamente a esses cargos comissionados. Corta-se a admissão de servidores concursados, de pessoas que estudaram, fizeram o concurso público, ralaram, passaram. Esses não entram. De outro lado, houve, nos últimos anos, verdadeira farra de aumento de cargos comissionados de livre provimento.
Citei aqui, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, alguns exemplos de onde o Governo, via Ministério da Fazenda, pode buscar cortes que compensem um aumento que, na verdade, nem aumento é, mas uma antecipação do salário mínimo, que, volto a dizer, seria compensado no próximo ano.

O Partido Verde vem, de forma oficial, propor a todos os Deputados restantes que, na próxima semana, quando esse assunto vier à baila — não sabemos ainda de que maneira o Governo pretende conduzir a tramitação legislativa — , reflitam e imaginem que esse pode, de fato, ser um ponto de convergência que nos faça superar o primeiro grande obstáculo que se coloca para esta Casa em 2011.

Outro desafio que vale mencionar é a tramitação do Código Florestal, que vem provocando grandes debates nesta Casa. Nossa posição, de todos nós ecologistas, é claramente conhecida. Adotamos postura firme, de combate, de denúncia de aspectos que consideramos extremamente graves e perniciosos desse texto, como a redução da reserva legal na Amazônia e no Cerrado, bem como a redução de áreas de proteção permanente ao longo de rios. Vimos, nas últimas tragédias ocorridas no Estado do Rio de Janeiro, que começaram em áreas rurais, e acabaram atingindo áreas urbanas. Constatamos a gravidade dessa situação, com a vegetação ciliar removida e faixas marginais de proteção não respeitadas.

Há também a questão da anistia. Pensamos que uma pura e simples anistia a processos de desmatamentos ocorridos em épocas bastantes recentes se constitui num desrespeito àqueles produtores rurais que trabalharam de forma consciente e cumpriram a legislação.

Consideramos que há um campo para o diálogo e para o entendimento. O Governo, por intermédio da Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, está amadurecendo uma proposta. Somos confortados pelo fato de a Presidenta Dilma Rousseff ter assumido, entre o primeiro e o segundo turno, o compromisso com o Partido Verde de vetar aqueles dispositivos que gravemente atentarem contra o meio ambiente.

Achamos que podemos enfrentar essa discussão com margem de tranquilidade e disposição de diálogo. Reconhecemos que há aspectos que podem ser melhorados no Código Florestal. Por que não? Há campo para sua modernização. Mas isso passa sobretudo pelo entendimento de que hoje não é mais possível a nenhuma área de produção — extração mineral, setor industrial, agrícola, pecuário — , a nenhuma área da economia funcionar ignorando alguns fatos da vida, ignorando, em primeiro lugar, que o aquecimento global é um fenômeno real e irreversível, cujas consequências estarão cada vez mais pressentes nas nossas vidas, e que, se medidas no âmbito internacional e no âmbito local não forem tomadas, medidas de fato bastante radicais, estaremos condenando o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos, dos nossos bisnetos, das futuras gerações.

Hoje, está claro que os compromissos indicados para o mundo na Conferência de Copenhague e, de alguma forma, reiterados na Conferência de Cancún são altamente insuficientes para manter o aquecimento do planeta naqueles dois graus que o consenso científico do IPCC considera o limite máximo, acima do qual teríamos gravíssimos problemas, problemas esses que já começam a se manifestar e cuja tendência é piorar cada vez mais.

As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados devem ter reparado o que aconteceu nos últimos 2 anos, a quantidade de países que tiveram gravíssimas enchentes, algumas totalmente insólitas. A Austrália, por exemplo, não era um país onde isso costumava acontecer. Vejam a intensidade e a frequência das enchentes que, no Brasil, têm ocorrido na Região Sudeste! Enchentes sempre tivemos, mas não com essa intensidade e frequência. Isso é o aquecimento global.

Invernos extremos fazem parte desse processo que tende a se exacerbar. Há os chamados fenômenos extremos. De um lado, ondas de calor impressionantes; do outro, inverno e grandes enchentes.

No caso do Brasil, péssima notícia vem sendo dada há algum tempo pelos cientistas do IPCC. A média de aumento da temperatura no nosso País será 20% acima da média planetária. E as consequências no Brasil serão, de um lado, a savanização da Floresta Amazônica, de outro, a desertificação do semi-árido nordestino e, por fim, o enorme aumento dos extremos fenômenos climáticos que têm sido verificados na Região Sudeste.

No caso da Floresta Amazônica, a situação é dramática, porque neste momento a Amazônia não é mais, como no passado, ameaçada apenas pelas motosserras e pelas queimadas decorrentes de todos aqueles interesses predatórios dedicados ao processo de devastação. Existe um outro fator. O próprio aquecimento global já tem efeitos na Amazônia, e as secas verificadas nos últimos anos são um grande atestado disso. Ninguém mais pode ignorar esse fato.

Para cada técnica industrial, agrícola ou pecuária, existe uma forma melhor de se trabalhar, mais inteligente, mais sustentável. Trata-se de estabelecer uma pecuária que respeite a floresta e aumente a sua produtividade onde já se encontra; uma agricultura que seja altamente produtiva, mas que não avance mais sobre a fronteira agrícola; uma indústria que de fato funcione, mas que não polua e que emita menos gases de efeito estufa.

Para tudo isso existem caminhos técnicos, existem soluções que, com o mínimo de conhecimento e de investimento público, de apoio público, são factíveis.

Ao finalizar a minha intervenção, quero dizer que nós ecologistas não somos inimigos do desenvolvimento. Nós ecologistas não somos inimigos da iniciativa privada. Pelo contrário, o que nós queremos é entrar numa nova era, na era do desenvolvimento sustentável, na era da economia verde, na era da economia de baixo carbono. Existe um amplo campo de entendimento com o setor produtivo. Nós achamos que, nos próximos anos, será absolutamente vital esse diálogo.

Despeço-me e concluo reafirmando que combateremos com a maior firmeza possível todas as ações que considerarmos lesivas ao meio ambiente. Teremos a nossa mão estendida a todos aqueles setores que realmente quiserem fazer a grande transição entre a economia predatória que temos hoje e uma economia sustentável, verde e de baixo carbono.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Fonte: www.sirkis.com.br

Cuba e Costa Rica: duas revoluções, dois destinos

É pouco conhecida a revolução da Costa Rica, em 1948, liderada por Pepe Figueres. Ela produziu um país de primeiro mundo na América Central. É o que a revolução cubana poderia ter sido.
Alfredo Sirkis

Pepe Figueres, na revolução 1948.
É comum ouvirmos em defesa do regime cubano que a estatização quase total da economia, o alinhamento com a URSS na Guerra Fria, a implantação de um regime comunista ortodoxo de partido único, as restrições drásticas à liberdade de expressão e imprensa, a prisão de dissidentes, a ausência de eleições livres e pluralismo político, se justificam diante das conquistas dos sistemas de educação e saúde e da superação da miséria absoluta existente em vários paises latino americanos. A comparação, cada dia mais questionável, nunca se sustentou em relação à Costa Rica que também conseguiu notáveis avanços em educação e saúde e apresenta um padrão de vida incomparavelmente mais elevado, sem ter sacrificado as liberdades, o pluralismo e os direitos humanos. O seu salário mínimo é 15 vezes maior que o de Cuba e o seu PIB per capita o triplo. Mas há três vezes menos suicídios na Costa Rica do que na ilha.

A revolução da Costa Rica, em1948, e seu líder, Pepe Figueres, não figuram no rol dos mais consagrados pela História da América Central e Caribe. Ressaltam mais nos livros de história e no jornalismo os martírios ou fracassos de Augusto Sandino, Jacobo Arbenz, Antonio Caamano Deno e as figuras de histriônicos dos tiranos: Rafael Lonidas Trujillo; Tacho Somoza, pai e filho; Papa Doc Duvalier e seus tanton macoute e por aí vai. E a revolução, “de verdade” ficou sendo a cubana.

Os heróis trágicos, os mártires e os tiranos sanguinários deixaram marcas mais profundas.As revoluções que notabilizam a guilhotina ou o paredón viraram as favoritas da História. “Mate um homem, você será um assassino, mate mil, será um herói nacional” reza do dito popular que nos remete a Robespierre, Bonaparte, Stalin, Mao Ze Dong, Khomeiny e outros que não correram o menor risco de esquecimento, da mesma forma que os mártires ou os guerreiros caídos, não importa o quão patéticos ou desavisados: Che Guevara, Trotsky, Tiradentes ou Rosa Luxemburgo.

Aqueles que tomaram o poder, a custa de muito sangue e nele se mantiveram, a custa de mais ainda, ou aqueles que derramaram o seu próprio, em holocausto, passando “da vida para a História”, fazendo de sua derrota saga heróica, não correm o risco da irrelevância mas uma revolução, como a de 1948, na Costa Rica, com relativamente pouco sangue e um happy end negociado; um país que “cai numa democracia” para não mais dela sair até hoje, um líder que abre mão do poder, uma vez terminada a transição, dificilmente ressaltarão no Panteão de eventos e personagens históricos marcantes do Século XX.

A Costa Rica e Don Pepe Figueres, não chegaram a ser anônimos mas não chamam muita atenção. E, no entanto, trata-se de uma experiência histórica formidável. Há quase 60 anos, a Costa Rica vem procedendo eleições e alternâncias democráticas, sem hiato, sua imprensa é livre e seu judiciário independente. Seu PIB e renda per capita são os mais altos da região. Seus miseráveis constituem minoria da população e não se vêem --pelo menos nas variadas áreas que visitei-- favelas.

A revolução de 1948 foi de certa forma uma prévia do que poderia ter sido a revolução cubana, onze anos mais tarde. É provável que o levante popular de Don Pepe Figueres inspirasse Fidel, em Sierra Maestra, quando daquela sua famosa entrevista ao jornalista Herbert Mathews, do New York Times, em 1959. No caso cubano fizeram a grande diferença histórica a quase imediata hostilidade norte-americana, a dinâmica implacavelmente polarizadora da guerra fria --em 48, ainda nos primórdios, em 60, no apogeu-- e a personalidade de Fidel Castro. Há quem atribua a diferença entre Fidel e Pepe à idade e origem social: Pepe, filho de um modesto médico catalão, era um pequeno fazendeiro e tinha 42 anos quando liderou a revolução. Fidel, filho de um grande latifundiário de origem galega, era estudante quando chefiou o assalto ao quartel de Moncada. Depois conheceu apenas a prisão, o exílio e Sierra Maestra. Pepe era acostumado a ouvir, negociar, comerciar, regatear. Fidel, nascera para mandar e ser obedecido.

Pepe apoiou a revolução cubana, em 59, com dinheiro e armas, da mesma forma com que, duas décadas mais tarde, ajudaria os sandinistas, a ponto de seu próprio filho ter participado dos combates nas fileiras da FSLN. Em ambos os casos Pepe acabou rompendo com os revolucionários uma vez consolidados no poder. Pepe colocava-se como arauto de uma “esquerda democrática”, adepto da social-democracia de estilo europeu, ou, como gostava de se classificar, um “socialista utópico”.

Uma grande diferença de Pepe em relação a Fidel e toda a geração revolucionária, dos anos 60, inspirada por ele e por Che Guevara, foi a atitude perante os Estados Unidos. Irremediavelmente hostil, no caso de Fidel e seus seguidores, em todo o continente. Ambígua, complexa, sutil, feita de conflitos e negociação, amor e ódio, tapas e beijos, por parte de Pepe. Um dos pontos de atrito entre eles foi a questão de Porto Rico. Numa visita a Cuba, no auge de uma campanha de Fidel pela independência de Porto Rico, cuja população nunca a quis, Pepe praticou o “sincericídio” de observar, num programa da TV cubana, que submetida a um plebiscito a proposta de independência de Porto Rico tenderia a ser fragorosamente derrotada.

Ao analisar a diferença de trajetória daquela revolução na origem tão parecida --inclusive no papel dos comunistas que, também em Cuba, no começo, apoiavam o ditador Fulgencio Batista-- Pepe Figueres muitos anos depois observou: “Eu esperava de Fidel um regime social-democrata, éramos amigos e isso era o combinado. Aconteceram duas coisas: a intelectualidade comunista compreendeu seu erro, abandonou Batista e foi para o lado da revolução e os comunistas quando entram numa causa são eficientes; em segundo lugar os Estados Unidos tiveram dois embaixadores junto ao governo de Batista, que eram o cúmulo da imbecilidade (...) a revolução já veio envenenada contra os EUA (...)

Pepe cultivava contatos em Washington que lhe permitiram desarticular a invasão de Anastácio Somoza, apoiada pela CIA, em 55. Somoza também tinha bons amigos governo americano e entre os militares, alguns deles seus antigos colegas da academia militar de West Point. A seu respeito Allen Dulles, o todo-poderoso diretor da CIA, pronunciara aquela frase que ficou famosa: “Anastácio Somoza é um son-of-a-bitch (fdp) mas é o nosso son-of-a-bitch”. A Somoza revoltava e enciumava essa capacidade de Pepe de fazer dos ianquis aquilo que na terminologia de da guerra fria chamavam de “inocentes úteis”.

Tendo vivido um bom período nos Estados Unidos, em Boston, casado, nos anos 40, com uma norte-americana do sul, Henrietta Boggs, sua primeira mulher(7), Pepe conhecia bem “as entranhas do monstro” nas célebres palavras de José Marti. A política dele passava por trabalhar as fissuras, as “contradições internas” da metrópole, em geral mediante uma forte relação pessoal e política com a ala esquerda do Partido Democrata, formada por aqueles que no jargão político americano sãos chamados liberals. Desdobrada no tempo a relação Pepe com os americanos teve variadas fases feitas de conflitos e encantamentos. No saldo geral, do ponto de vista da população e da economia da Costa Rica, comparando com as de Cuba, não foi, nem de longe, mau negócio. O limite de Pepe na relação com os americanos foi, à diferença de Fidel, jamais ter recorrido nem se aliado à União Soviética. Pepe nunca aceitou o Muro de Berlim.

A Costa Rica está distante anos-luz dessa paixão nacionalista e anti-americana, tão intensa em Cuba, dada a proximidade dos EUA e a promiscuidade anterior com seus cassinos, bordeis, e capos mafiosos... Cuba tem esse imperativo de afirmação de sua soberania de pequeno pais a escassos 80 km da superpotência chegada a bloqueios econômicos e intervenções como a da Baia dos Porcos. Com seus aposentados californianos comprando chácaras e gastando dólares, seus eco-turistas voando pelas copas das árvores nos cabos de canopy, seus surfistas, de todo o mundo, buscando suas praias paradisíacas e morando em localidades onde se ouve o inglês, o francês, o alemão e o hebraico, quase tanto quanto o espanhol, a Costa Rica vive em outro paradigma mental. Preocupa-se com projetos de preservação de florestas tropicais e créditos de carbono. Seu atual presidente, Oscar Arias, foi Premio Nobel da Paz pela mediação que levou ao fim das guerras civis em El Salvador e Guatemala, nos anos 90.

Os ticos (os costariquenhos) nunca fizeram do “ianqui go home” elemento de afirmação de sua identidade nacional. Preferem cultivar um discreto e confiante orgulho da sua forma de ser na qual Don Pepe Figueres continua sendo referência. Mais pacíficos e cosmopolitas, são, com toda probabilidade, mais felizes. Mas, a felicidade, essa coisa tão subjetiva --gota de orvalho numa pétala de flor-- está longe de ser reconhecida como indicador relevante na cultura política e jornalística do nosso tempo, mais interessada nas bravatas de Hugo Chaves ou nos recorrentes brados retumbantes gênero Pátria o Muerte! Venceremos! Uma antiga revolução de final feliz parece um contra-senso, uma veterana democracia estável, ainda que em terra de tantos vulcões, torna-se enfadonha. Good news is no news. Boas notícias decididamente não fazem notícia. 

Fonte: www.sirkis.com.br

Fundação Verde Herbert Daniel - FVHB

A Fundação Verde Herbert Daniel (FVHD) é uma entidade privada, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, autonomia administrativa e financeira, que tem por finalidade promover, coordenar e executar ações, projetos e programas; promover e organizar seminários, simpósios e outros foros de debates sobre questões relacionadas aos objetivos, bem como eventos, cursos de formação e concursos.

A FVHD pode constituir centro de pesquisas e estudos para o desenvolvimento e a difusão da cultura, política, ecologia e meio ambiente; colaborar com os poderes públicos e com as instituições culturais e ambientais particulares, em tudo quanto condiga com o progresso político, ambiental e cultural do país; criar centros educacionais de natureza assistencial, destinadas à formação política, ambiental e cultural de crianças, jovens e adultos.

A FVHD foi instituída com fundamento no Código Civil, artigos 2.031 e 2.032, protocolada e registrada no cartório do 3º Ofício de Notas e Protestos de Títulos do Distrito Federal sob o nº 073103, em 25/07/2007.

Direção

Conselho Curador
Raimundo Marcelo Carvalho da Silva (presidente) Alfredo Hélio Sirkis (vice-presidente) Ovídio Teixeira Cardoso Sandra do Carmo Menezes Jovino Cândido da Silva Eurico José Albuquerque Toledo Ivanilson Gomes dos Santos Rivaldo Fernandes Pereira  Osvander Rodrigues Valadão

Suplente
Fabiano Lima da Silva Carnevale
Conselho Fiscal
Reynaldo Nunes de Morais (presidente) Aluízio Leite Paredes Henor Pinto dos Reis

Diretoria Executiva
Marco Antonio Mroz (diretor-presidente) José Carlos Lima da Costa (diretor administrativo financeiro) José Paulo Toffano (diretora técnica)


PV vai concorrer à prefeitura

Além da capital cearense, o Partido Verde já confirmou que terá candidatura própria nas eleições municipais de 2012 em Crato, Sobral, Caucaia, Maranguape e Crateús

05.09.2011| 01:30
O secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, apresentou as experiências exitosas do município durante o encontro (MAURI MELO) O secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, apresentou as experiências exitosas do município durante o encontro (MAURI MELO)

O Partido Verde (PV) vai bem, obrigado. Pelo menos é o que dizem o presidente nacional do partido, deputado federal José Luiz Penna (SP), e o presidente estadual, Marcelo Silva. Durante encontro sábado em Maranguape com lideranças e representações de todo o estado, ambos falaram que a saída de Marina Silva não afetou o partido e nem afastou os filiados. “Até agora não recebemos nenhum único ofício pedindo afastamento”, reforçou Silva. Penna admitiu que, do ponto de vista interno, realmente não houve dificuldades. “Mas na sociedade é evidente que é diferente, afinal apostamos todas as nossas fichas nas eleições presidenciais, como não podia deixar de ser”, explica, revelando a imediata associação do partido com Marina. “Mas a sociedade tem que entender que a política é feita de momentos e aquele momento não resultou numa duração maior”, justifica.

Perspectivas
Para o Partido Verde o foco agora é eleição municipal. Marcelo Silva contou que durante o Encontro Nacional, ocorrido na semana passada em Brasília, a orientação foi de que o partido deveria ter a maior quantidade possível de candidaturas próprias. “Teremos candidatura no Crato, Sobral, Caucaia, Maranguape, Crateús, Fortaleza”, enumera Silva. O presidente estadual acredita que mesmo sendo da base aliada da prefeita Luizianne Lins (PT) não há nenhum impedimento para que o partido saia com candidatura própria também na capital cearense. Penna acredita que é necessária a candidatura em cidades do porte de Fortaleza. “A política do partido é candidatura própria a prefeitos em todas as cidades-sede, então cidades que tem repetidoras de televisão, cidades que tem influência, devem ter candidatura próprias à prefeitura”, explica.

Quando

ENTENDA A NOTÍCIA

A ex-senadora Marina Silva anunciou sua saída do Partido Verde em 7 de julho deste ano. A crise de Marina na sigla começou após as eleições de 2010 em razão de divergências entre ela e o comando do partido.

Henriette de Salvi
henriette@opovo.com.br

Verdes comemoram dia da árvore com plantio em todo Brasil


A mobilização acontece no dia 18 de setembro, domingo, às 11h00 em todo território nacional. Participe e faça sua parte pela melhoria na qualidade de vida do nosso Brasil e Ceará.
Com objetivo de melhorar a qualidade de vida no Planeta fazendo a compensação pelas emissões de carbono decorrentes das suas atividades, a ONG Brasil Eco Planetário, Fundação Verde Herbert Daniel, Bancada Federal do PV e a Executiva Nacional do Partido Verde promovem o Plantio Simultâneo de Árvores em nível nacional, no dia 18 de setembro, domingo, às 11h00 em todo território nacional, em comemoração ao dia da árvore, 21 de setembro.

Também convidam direção e funcionários das instituições cearenses para o plantio, como prefeitura, secretarias municipais, escolas, faculdades, sindicatos, associações, ONGs, Igrejas, e demais instituições interessadas em participar da ação. Vamos mobilizar a população de nosso município para plantar árvore e desenvolver a cultura ecológica. Temos as condições objetivas para melhorar a relação entre a sociedade e a natureza.

Vamos fazê-la!

Fonte: www.pvceara.org.br

Nota de Esclarecimento do Partido Verde ao Blog de Diego Marques

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vereadores Verdes tomam posse na Câmara de Fortaleza


Carlinhos Sidou e Joaquim Rocha se licenciaram para tratarem de assuntos pessoais. Carlinhos Santana e Eupídio Luiz assumiram cumprindo uma política de rodízio estabelecida pelo PV.
Os vereadores Carlinhos Santana e Eupídio Luiz tomaram posse na Câmara Municipal de Fortaleza, em substituição a Carlinhos Sidou e Joaquim Rocha, licenciados por quatro meses para tratarem de assuntos pessoais. Após o juramento e assinatura do livro de posse, os parlamentares ocuparam a tribuna da Câmara para fazer o primeiro pronunciamento. “Quero dizer a todos que estarei aberto para dar minha parcela de contribuição para o projeto de Fortaleza onde temos que nos empenhar para diminuir o sofrimento do povo”, disse Carlinhos Santana. Elpídio Luiz aproveitou a oportunidade para agradecer aos eleitores. Em 2008, ele foi o 5º vereador mais votado do Partido Verde na capital, atrás de Roberto Mesquita (atual deputado estadual), Carlinhos Sidou, Joaquim Rocha e Eron Moreira.


Fonte: www.pvceara.org.br

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Maranguape sedia seminário promovido pela Fundação Verde Herbet Daniel

Fortaleza e região do Cariri serão os próximos locais a receber seminários da FVHD. Em Maranguape estiveram cerca de 300 pessoas representando mais de 60 municípios.
A cidade de Maranguape sediou no último sábado (03) o seminário Desafios das Políticas Verdes nos Municípios Cearenses, promovido pela Fundação Verde Herbert Daniel ( FVHD) em parceria com o Instituto Verde Vida. O evento faz parte da programação da FVHD que está promovendo eventos semelhantes em todo o Brasil. No Ceará, até o fim do ano, serão promovidos mais três: além do segundo voltado para a difusão das Políticas Verdes, outros dois debaterão o engajamento da Juventude e das Mulheres na política. Em Maranguape estiveram presentes o presidente Nacional do Partido Verde, deputado José Luiz Penna, o secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, além do presidente do Conselho Curador da FVHD, Marcelo Silva, anfitrião do evento. Marcelo foi prefeito da cidade, o primeiro do PV no Ceará, e atualmente preside do Partido no Ceará. Silva abriu o seminário dando as boas vindas às delegações de todo o estado e falando da importância de um evento como o que estava sendo realizado. "É fundamental conhecer práticas sustentáveis inovadoras, e alternativas para o modelo de desenvolvimento que ora temos instalado nos nossos municípios. Este debate de hoje é um momento único e certamente todos sairão daqui com uma bagagem muito maior de conhecimento". Em seguida o presidente Penna falou da necessidade urgente de de se adotar políticas que primem pela preservação do meio ambiente. "Preservar o meio ambiente não é mais um discurso só de ambientalistas, é uma necessidade urgente. Principalmente aqui no semiárido, se vocês não fizerem por onde frear a destruição da natureza, os seres humanos não sobreviverão", afirmou.

Eduardo Jorge abriu o ciclo de palestras com a explanação Cidades e Municípios Sustentáveis são Possíveis, mostrando exemplos de políticas exitosas adotadas no município de São Paulo, onde é secretário do Verde e Meio Ambiente. Em seguida foi a vez do secretário executivo da Regional IV de Fortaleza, Estevão Romcy, compartilhar as ações desenvolvidas pela secretaria que comanda. Fechando o seminário, Marcos Vieira, secretário de Meio Ambiente de Maracanaú, mostrou o trabalho realizado pela secretaria, premiado em várias ocasiões. Maracanaú é município mais industrializado do Ceará, e o que enfrenta mais problemas ambientais.

Deputados, prefeitos, vereadores, suplentes de vereadores e deputados, além de dirigentes de vários partidos participaram do evento. Cerca de 300 pessoas, representando mais de 60 municípios do Ceará, estiveram presentes. Fortaleza e região do Cariri serão os próximos locais a receberem seminários da FVHD no Ceará.

Texto e Fotos: Jorge Macedo

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cuidar das áreas verdes é muito importante

Marcelo Silva
 
Marcelo Silva é arquiteto, urbanista, administrou Maranguape em duas gestões e atualmente é presidente do PV Ceará.

Cuidar das áreas verdes é muito importante



O desenvolvimento sustentável, baseado na Agenda 21, requer nas cidades a consolidação de áreas verdes - através dos parques, das praças e da arborização.
O patrimônio natural é fundamental para a qualidade de vida das nossas cidades, como também, fonte educadora para que as atuais e futuras gerações aprendam, através dos elementos básicos da natureza, a interagir de forma inteligente e sustentável com os recursos naturais o sentimento do amor e da vida.

A consolidação destas áreas verdes, a princípio, depende de uma decisão política clara e firme dos gestores municipais apoiada em princípios que levem em conta: 1. Compreender a gestão das áreas verdes como uma ciência, portanto, passível de ser gerenciada por profissionais capacitados; 2. Elaborar planos diretores de áreas verdes e arborização urbana; 3. Sensibilizar e educar as comunidades para a defesa do patrimônio verde; 4. Garantir nos espaços livres públicos um solo predominantemente permeável como forma de evitar os impactos das precipitações pluviométricas; 5. Existir na estrutura da prefeitura municipal uma área gestora dos espaços públicos compatível com o tamanho da cidade e ; 6. Fundamentalmente, assegurar no orçamento público recursos para viabilizar a implantação e manutenção das áreas verdes.

Em Maranguape, quando fui prefeito tivemos um carinho todo especial com a implantação e conservação das áreas verdes da cidade. Muitas novas praças surgiram e implantamos uma logística para mantê-las sempre as com belos jardins. Construímos, também, os parques do rio Gavião ( Parque Raimundo da Silva ) e o Parque Ecológico Renato Braga, fruto de um convênio com o IBAMA, ocupando o antigo Posto de Fomento. No centro da cidade, construímos uma rede de água alternativa para irrigar, simultaneamente, quatro praças, aproveitando as águas da lavagem dos filtros da CAGECE, através do rio Pirapora.

A sociedade, por sua vez, absorve o sentimento do cuidar, passando a ser, também, responsável pela manutenção das áreas verdes da cidade.

Fonte: www.pvceara.org.br

Roberto Mesquita - Deputado Estadual do Partido Verde no Ceará.


O deputado Roberto Mesquita é filiado ao Partido Verde. Foi eleito vereador de Fortaleza em 2008 com 9.223 votos. Exerceu o mandato até 2010, ano em que foi eleito deputado estadual, sendo votado por 57.092 cearenses, dos quais 29.175 somente em Fortaleza, principal base eleitoral. Em Fortaleza, é baseado principalmente nos bairros Pan Americano, Demócrito Rocha, Pici, Parque Universitário, Riacho Doce, Couto Fernandes e Bela Vista. Amontada, Caridade, Aracati, Apuiarés, Canindé, São João do Jaguaribe, Itapipoca, Barreira, Caucaia, General Sampaio, Itaitinga, Itarema e Paramoti foram cidades em que Roberto foi mais votado.

Como vereador de Fortaleza, ocupou o cargo de 2º Secretário da Mesa Diretora e presidiu duas comissões especiais que debateu o Beco da Poeira e a situação das creches da Capital. Suas principais atividades na Câmara foram direcionadas à capacitação e treinamento de jovens carentes, combate às drogas e políticas de preservação ambiental.

Entre os projetos apresentados destacam-se: emenda à Lei Orgânica do Município que destina 1% das receitas decorrentes da arrecadação dos tributos municipais para o combate e prevenção às drogas; Projeto de Lei que determina a todos os secretários municipais de Fortaleza matricular seus filhos, em idade escolar de cursar o ensino fundamental, nas Escolas Públicas Municipais, ou dedicarem pelo menos oito horas de trabalho em uma unidade de ensino de Fortaleza; projeto que torna obrigatório a adoção do check list, em todos os procedimentos cirúrgicos realizados nos hospitais no âmbito do Município; projeto que autoriza o Poder Executivo Municipal a destinar 5% do valor da Contribuição de Iluminação Publica para reforma, construção e arborização de praças no Município de Fortaleza; projeto determinando desconto de no IPTU para micros empreendedores.

Veio para a Assembleia Legislativa com a missão de ampliar para todo o Ceará os projetos na sua área de atuação, encampando também a defesa de políticas destinadas à área rural do Ceará. Logo no primeiro mês de mandato apresentou projeto que cria o Fundo Estadual de Combate às Drogas. Tem se posicionado firmemente na defesa do consumidor e na vigilância da atuação do Governo Estadual e de Fortaleza, além de acompanhar de perto as necessidades das cidades que representa. Integra a Comissão de Agropecuária como vice-presidente. Nesta área, já propôs a isenção de ICMS para produtos agrícolas vendidos para a merenda escolar e projeto de fortalecimento do setor da carnaúba.

Roberto Mesquita nasceu no dia 28 de Março de 1960, em Baturité. É técnico em Telecomunicações, formado pela CEFET, atual IFCE. Estudou Engenharia Civil na Universidade Federal do Ceará e Administração de Empresas na Universidade Estadual de Ceará. Iniciou o curso de Direito na UFC. Trabalhou como comerciante de veículos durante 20 anos e atua como construtor civil há mais de 25 anos. Desenvolveu atividades no ramo agropecuário e na criação de camarão em cativeiro.

José Luiz de França Penna - Presidente Nacional do Partido Verde


José Luiz de França Penna, ator, músico, cineasta e presidente nacional do Partido Verde, é natural de Natal, onde nasceu em 27 de dezembro de 1945, mas identificado com e por laços e origens baianos. Ainda na Salvador dos anos 60, dividiu-se entre a música e o ativismo político, tendências que iriam marcar definitivamente sua trajetória pessoal. Ingressou no Seminário Livre de Música da Universidade Federal da Bahia, como vários músicos de sua geração. Filiou-se ao Partido Comunista e, durante um bom tempo, ganhou a vida tocando na noite como baterista de uma banda de rock.

Já radicado em São Paulo, nos anos de chumbo do regime militar, escolheu o palco como espaço de expressão e ação política. Atuou em duas montagens ícones da época: Arena conta Zumbi, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, e Hair, original de James Rado e Gerome Ragni – preso em Belo Horizonte com todo o elenco do musical e desafiado para um racha com a seção mineira do antigo Dops, entrou em campo com o coração no bico do pé. Literalmente, para espanto (e temor) dos agentes de frente adversários.

A partir daí, deu seqüência a seu trabalho musical compondo em diversas parcerias. Com Belchior, assinou a mais conhecida de suas composições: Comentário a Respeito de John, balada em referência a John Lennon, que se tornou hit instantâneo na voz do próprio Belchior no fim dos anos 70.
E com Tiago Araripe e Paulinho Costa, criou o Papa Poluição, uma das bandas pioneiras na fusão do rock com ritmos regionais nordestinos, ganhando a cena alternativa paulistana.

O trabalho de composição o levou ao cinema nos anos 80, assinando com seus parceiros de Papa, a trilha de sonora de Sargento Getúlio (1983), e depois, individualmente, de A Fronteira das Almas (1987), ambos dirigidos por seu irmão Hermano Penna. A investida no cinema ainda o levaria ao trabalho de assistência de direção em Louco por Cinema (1994), de André Luiz Oliveira, e mais recentemente em Mário (2000), do próprio Hermano Penna.


Paralelamente à carreira artística, Penna impulsionou projetos de natureza sócio-cultural e ambiental. O primeiro foi a criação do Centro Cultural de Vila Madalena, hoje referência em São Paulo na promoção de festejos de rua, como é a tradicional Feira da Vila, evento que ajudou a emprestar ao bairro os traços de agito cultural e boemia que ganhou nos anos posteriores.

Foi o Centro Cultural da Vila Madalena que possibilitou também a mobilização por intervenções urbanas e paisagísticas destinadas à elevação da qualidade de vida no bairro e em seu entorno. A principal delas foi a criação, em meados dos anos 90, do Parque Villa Lobos, hoje uma área de 732 mil m², com equipamentos de lazer e esportes, anfiteatro e um bosque de Mata Atlântica.

Outro projeto foi a fundação da Comissão Pró Índio de São Paulo, organização não-governamental dedicada à luta pelos direitos civis indígenas e comunidades de quilombos remanescentes. O contato com as comunidades pavimentou o caminho que o uniu a ecologistas e outros segmentos da sociedade civil para a formação do PV em 1987. Desde então assumiu o papel de dar forma às proposições do partido, fundamentadas no desenvolvimento sustentável, no bem-estar sócio-ambiental, nos direitos civis e das minorias.

Eleito presidente nacional do PV pela primeira vez em 1999, dispôs-se a percorrer o País a fim de estruturá-lo nacionalmente em suas várias instâncias. Como parte da estratégia para angariar votos e visibilidade partidária, candidatou-se sucessivamente por São Paulo aos vários pleitos proporcionais e majoritários que se seguiram desde então, incluindo a disputa pelo Senado, em 2002, pelo qual obteve 226 mil votos, a Prefeitura, em 2004 e a Câmara dos Deputados, em 2006.


Penna acredita que o exercício da política se dá entre o ativismo e a prática institucional, como um caminho capaz de fazer frente aos desafios de um tempo em constante transformação. E que aspectos fundamentais da sociedade devem ser discutidos sob um novo ponto de vista que traduza melhor o Brasil e a sociedade global do século 21. 

Fonte: www.joseluizpenna.com.br