segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SUSTENTABILIDADE

DESDOBRAMENTOS E SIGNIFICADOS DA SUSTENTABILIDADE

 

SUSTENTABILIDADE

 

O termo “sustentabilidade” na medida que é aplicado a tudo se torna vago e uma espécie de moda passageira, termo de mil e uma utilidade nos discursos econômico, políticos e ideológicos. Contudo, seguir os princípios da sustentabilidade aponta não destruir a base de vida das gerações futuras. Um dito indígena descreve isso mais claramente: “Nós pescamos no nosso lado, vocês pescam no seu lado e ninguém pesca no meio.” Para todos os humanos poderem viver com dignidade e equilíbrio no Planeta que possuem, o conceito de “sustentabilidade” é a necessidade vital. Consumo sustentável comercio justo todo este universo de novas abordagens e posturas estão interligados. (ver também economia verde). A sustentabilidade não se cria por Lei, por escritório e nem se impõe, é construída. Ao poder público cabe construir um marco de estímulo e atuação da sustentabilidade: com tributos, estímulos fiscais, pesquisas, etc 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A palavra Desenvolvimento é aplicada para nomear várias situações á economia sociedade. Se diz “país desenvolvido” quando o país possui indicadores econômicos, sociais, políticos e culturais que alcançam certos padrões, geralmente referido aos países industrializados.O pa´s era “Subdesenvolvido” se não alcançara determinados padrões. Para destacar mais o aspecto social foram formulados conjunto de indicadores para formar um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Em outros casos se enfatiza o “desenvolvimento político”, ou seja, é avaliado se a sociedade tem organizações políticas democráticas e grau elevado de organização e participação. Essencialmente ser desenvolvido implica uma harmonia de todos os indicadores de desenvolvimento e não de apenas alguns, neste caso seria apenas crescimento e não desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento sustentável vem qualificar mais ainda as peculiaridades do desenvolvimento. 

 

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 

A distribuição territorial das atividades humanas é a variável chave para planejar o desenvolvimento sustentável (assentamentos, impactos ambientais). É um conceito de interpretações diversas segundo quem o formule. Definido pela ONU como aquele que “satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade e as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades” . O conceito de “desenvolvimento sustentável” engloba de maneira inédita as dimensões econômicas, ambiental e social. Implica uma concepção sistêmica e transdisciplinar. Não esta enquadrada só na instancia ambiental de políticas públicas, mas implica uma concepção integral de desenvolvimento e qualidade de vida cidadã combatível com a conservação e distribuição adequada dos recursos. Desde a Conferência Rio 92, plasmado na AGENDA 21, um conjunto de instrumentos, como convênios, acordos, buscam colocar o mundo rumo a sustentabilidade.

 

ECONOMIA ECOLOGICA e SUSTENTABILIDADE

 

A questão ou dilema da crise sistêmica que se quer resolver é a de que 1 bilhão de pessoas consumindo ao estilo do modelo atual de produção e consumo. Este modelo colocou em cheque e em perigo as condições de vida da espécie no Planeta. Que passaria se os outros 5 bilhões acedessem ao mesmo modelo de consumo?


Para uma reflexão sobre os caminhos da economia o professor José Eli da USP (Universidade de São Paulo) três estratégias são propostas:


1) A convencional, onde o caminho da estabilidade se alcança quando a renda per capita chegue a U$ 20 mil. Neste nível melhoraria o ambiente, a sustentabilidade se chegaria a um crescimento econômico generalizado. Os formuladores dessa tese – G.M. Grossman e A.B. Krueger – a chamaram de “Curva de Kuznets Ambiental” devido à sua notável semelhança com a hipótese sobre a distribuição de renda lançada por Simon Kuznets em 1954, que exigiu quatro décadas para que fosse esquecida.


2) A ecológica propõe que só pode haver sustentabilidade naquela condição erroneamente denominada pelos clássicos de “estacionária”, ou seja, quando a qualidade de vida de uma sociedade segue melhorando sem que isso continue a exigir o aumento físico de seu subsistema econômico. As nações que já atingiram altos níveis de desenvolvimento deveriam planejar a transição para esse modo mais avançado de prosperidade e contribuir com outros países para que o façam com estilos ambientalmente menos agressivos. Defensores dessa tese – Herman E. Daly – preferiu chamá-la de “steady state economy”, tanto para superar o tropeço semântico dos clássicos, quanto para enfatizar a semelhança com o conceito termodinâmico. Daly tem sido acusado de direita, de esquerda, argumentando-se que qualquer tipo de condição estável seria a negação do sistema capitalista e incompatível com a democracia. Contestando a própria necessidade de qualquer restrição ao crescimento econômico.


3) Uma terceira via. Inclui os que consideraram que a posição ecológica é impraticável, e que a convencional é inconsistente com as grandes questões ambientais globais, frente inclusive a ruptura climática. Apostam, em uma reconfiguração do processo produtivo na qual a oferta de bens e serviços tenderia a ganhar em ecoeficiência: desmaterializando-se e ficando cada vez menos intensiva em energia. A economia poderia assim continuar a crescer sem que limites ecológicos fossem rompidos, ou recursos naturais viessem a se esgotar. Esta tese denominada “descasamento” (decoupling), em analogia a outro conceito da física cosmológica – é a essência das abordagens que tentam evitar o dilema do crescimento, por um caminho do meio entre o otimismo convencional e o pessimismo dos ecológicos. Essa terceira postura estaria ganhando espaço com apoio do Banco Mundial, mas em abril de 2009, a posição teria alterado pelo lançamento do relatório “Prosperity without growth? – The transition to a sustainable economy”, elaborado por Tim Jackson para a Comissão de Desenvolvimento Sustentável do governo britânico, que fortaleceria a segunda tese. O debate do dilema do crescimento exigirá rompimento mental com uma macroeconomia inteiramente centrada no ininterrupto aumento do consumo, em vez de um keynesianismo pretensamente esverdeado por propostas de ecoeficiência. Isto dificilmente deterá a pressão sobre os recursos naturais. Que seria uma macroeconomia para sustentabilidade? Seria reconhecer os limites naturais à expansão das atividades econômicas, rompa com a lógica social do consumismo. Não existe um pensamento econômico cujo impacto tenha algum paralelo com a ascensão da macroeconomia keynesiana em resposta à miséria intelectual dos anos 1920. Os economistas ecológicos até obtiveram algum êxito na crítica ao pensamento econômico convencional, no qual coexistem várias teorias que compartilham a mesma visão de um sistema econômico fechado, que não depende da biosfera. Pior: têm a mesmíssima ética voltada a uma suposta maximização do bem-estar da população atual, sem quaisquer considerações sobre limites ecológicos e sobre o bem-estar de gerações futuras. Esse é o denominador comum a todas as escolas, das mais ortodoxas às mais heterodoxas. A crítica da economia ecológica ao cerne do pensamento convencional só foi até agora assimilada por uma ínfima minoria. Razão da incipiência na formulação de alternativa que supere o que há de mais comum nas várias teorias macroeconômicas em voga. (resumo do texto de Jose Eli da Veiga, especialista que tem tratado o tema da sustentabilida).

Fonte: www.projetobrasilsustentavel.org

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