sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Seminário Internacional Fontes Renováveis de Energia


seminário - foto Eduardo Oliveira

A Câmara dos Deputados recebeu nesta quarta o seminário internacional “Fontes Renováveis de Energia”. Foram debatidas questões como a inserção das fontes renováveis nas políticas energéticas, as barreiras regulatórias e técnicas para ampliação da geração descentralizada de energia elétrica, a pesquisa e o desenvolvimento no campo das energias renováveis no Brasil, além do financiamento de fontes de energia alternativas.

Dirk Assmann, diretor do programa de energia da Giz, Empresa de Cooperação Técnica Alemã no Brasil, afirmou que “em termos de energia renovável, o Brasil é mais avançado que a Alemanha”. “Só fomos começar a nos preocupar com isso nos anos 90, quando foi criada a lei das energias renováveis da Alemanha, que virou referência para muitas leis desse tipo”, completou. Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil é um exemplo para o mundo, já que 87,2 % da energia produzida aqui vem de fontes renováveis, enquanto em âmbito global este número é de apenas 18,7%. Isso se deve ao fato de a matriz energética predominante no Brasil ser a hidrelétrica, enquanto no resto do mundo o carvão é a matriz mais utilizada. Mas apesar de ser limpa e renovável, a hidrelétrica causa impactos ambientais na região onde é instalada, portanto é preciso pensar em alternativas para geração de energia. Para Tolmasquim, a energia eólica é a ideal para complementar a hidrelétrica. “Há uma complementação entre essas matrizes, porque os ventos sopram mais forte quando as águas estão fracas”, afirmou. Segundo o pesquisador, o potencial eólico do Brasil é de 143 GW, equivalente a 10 itaipus. “Esse estudo considera aerogeradores de 50 metros de altura, e hoje se usam de 100 metros. Ou seja, esse número pode até dobrar”. Por enquanto, o Brasil tem apenas 1 GW instalado, mas com os últimos leilões iremos para 7 GW até 2014.

Dirk Assmann defendeu a energia solar como alternativa. “Muitas vezes a gente pensa que a usina fotovoltaica tem pouco rendimento, e isso é errado. Ela é mais cara, mas tem um potencial enorme. Itaipu gera 90 MW/h. Se fosse instalada energia fotovoltaica em uma área do tamanho de Itaipu, seriam gerados 183 MW/h”, afirmou. A preocupação de Adriano Moehlecke, professor do núcleo de Tecnologia em Energia Solar da PUC/RS, é que, caso desenvolva um projeto de energia solar, o Brasil parta para a importação de módulos fotovoltaicos, em vez de comprar a tecnologia nacional. “Fico até irritado com essa coisa de transferência de tecnologia. O Brasil tem a tecnologia, já produziu a tecnologia, ela já está em nossas mãos”, argumentou.

Os convidados fizeram coro ao dizer que falta no Brasil um marco legal para estimular o desenvolvimento de energias alternativas, como aconteceu na Alemanha nos anos 90. É justamente este marco legal que o PL-2117/11, que o deputado Penna apresentou recentemente na Câmara, procura estabelecer. “O meu projeto cria instrumentos para que se efetive uma política arrojada em relação às energias alternativas”, explica Penna. “Um país tropical como o nosso tem que ter um plano arrojado de energia. A costa que temos é perfeita para um projeto grande de energia eólica. Então nós precisamos urgentemente acordar o país para isso”.

Fonte: www.deputadopenna.com.br

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